quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Crônica inviolável


Se tivesse duas palavras livres,
as escreveria de trás pra frente,
jogaria-as no papel, de qualquer jeito, e tiraria a sorte...
esperaria, para ler nas entrelinhas o que diriam, ao desespero, mais-que-morfosintático-semântico...
mas não as tenho,
nem tenho sentimentos,é verdade,
desfilo cegamente, a enxurrada de acasos da memória empoeirada...
o espirro que tapa os brônquios de receberem ar puro...
mas os versos são invioláveis,
todas essas palavras, e frases decoradas,
programadas a serem ditas no momento exato...
mas, que no final das contas,
impera somente, a função fática, e superficial....
diria mil coisas, se pudesse,
e as digo sempre, sem rodeios...
hoje, não tenho mil coisas a falar..
tenho é pensado...horas e horas, acordada, rolando na cama, e pensando,
e construindo versos,
e castelos de esperança...
traçando rotas,
inventando modas,
decorando portas,
desenhando palavras...
mas estas, não sobrevivem à madrugada, e fogem do primeiro sonho...
Ser tão pecisa e certa, não ajuda muito,
poderia comandar os sentimentos, como o Napoleão seus exércitos,
mas os 23 soldadinho de chumbo, que conquistaram o mundo para Marx, não são suficientes,
para preencher minha gula de versos...
de verdade, frescos....
uma ansia sanguinária de metáforas, e emoções....
sou feita de um sentimento só,
um sarcofago inviolável,
protegido a sete chaves...
se amo agora, não venho com garantias de depois...
amo só, e pronto!
Agora, nada......

crédito da imagem: blog sweetlilaanjinha.blogspot.com

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Cascalho


De tudo que flui, propositadamente,
mesmo que sem direção, e meio ausente,
as asperezas permeáveis,
dos sem-sentidos literais,
do desmedido, desmentido, credo instantâneo,
são os mais doloridos
esporos, amolecidos, ternamente,
e raspados do coração,
de repente...
agora, remendadas as certezas,
de retalhos esquecidos nas gavetas,
tenho um sopro qualquer,
de desventuras irremediáveis,
das surrupiosas invalidezas andantes,
qual corsel alado de seu dom-quixote frasal...
emudeço as incompatibilidades habituais,
e desfaço-me incandescente,
de implicâncias modernas....
óh, quão passageiros são os desejos de mudança,
os sonares anoitecidos, das miudezas efêmeras...
nem o canto das sereias!
de medidas vãs, amarrotadas,
se fazem os acasos ocasionados,
assim como o esboço das recordações imaginárias,
o croqui, do que arquitetava de simpática forma...
o vento, vai embora
e eu,
avatar do meu próprio tempo, e história,
amorteço as certezas duvidosas,
e me desfaço, das considerações tatuadas,
de nomes e endereços,
nas pálpebras cansadas...
e de eternos pesares,
amaciado, drasticamente,
de carinhos doloridos
o simples menino,
coração decepado,
agoniza as mazelas estendidas,
tornando-se pedra...

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Síncrese

Síncrese

E
ste ditongo decrescente
unido à etimologia inconsequente
num choro melodioso
de violão,
ressoa no universo

consoante às causas desmedidas
das falhas experimentais
dos vocábulos
semi-alfabetizados...
e faz-se de

simples encontro vocálico,
síncrese frasal,
o EU que
jubila centenário
de reminiscências
absconsas,

e duplas-trocas,
desmentidas
entre certezas e esperanças.


PS:

A Charles Darwin:


Se seleto sou, se seleto sou,
evoluído do pensamento divino,
faço-me humano,
cheio dos pesares inconsequentes,
dessa raça impolida
entre as espécies

se dizes com certeza,
mutante ser,
sê tu mesmo,
darwin,
duplamente centenário...

foste gênio, deliberante,
és ainda,
um dos maiores entre os homens
explicaste a origem
das espécies,
e a desorigem das crenças.

se creio em ti,
com todo meu ser,
fez-me mais ainda,
crer em Deus.

A QueL MoraeS:

Fulguras em teu coração amante,
um suspirar melodioso de amor e choro.

perde-te nas nuvens do céu estrelado,
e reiteras carneirinhos pra adormecer sonhando.

ainda, amanheces as verdades,
desenhadas entre uma metáfora e outra.

exacerbas as fantasias para florescer as ilusões,
em baldes d'agua fria, como as rosas do quintal.

tuas preces cantadas em recital,
deliram as firmes pedras de basalto.

e faz-se vento e canto,
e amas por inteiro,
e deixas o coração completamente cheio,
desse planar macio entre nuvens.

não tocas o chão, é verdade,
não conheces a realidade,
pois veste de rosa, e azul-turquesa,
a dor limitante da incerteza.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009



O que transparece das mãos abertas, e rápidas,
podem, de certa forma, preencher os olhos de uma certeza absurda,
mas não verdadeira, de definição,
entretanto, os versos, que caem soltos, e sem direção, da lingua dormente, e silenciosa,
não podem descrever, nem a terça parte, do que em mim, se pinta tão obviamente,
nas entrelinhas brancas e translúcidas,
mais exatas que qualquer superfície plana,
e devidamente polida.

PS: estou com uma espécie de "bloqueio criativo"
rsrsrsrsrsrsrs

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009


O cemitério das palavras natimortas,
encontra-se
repleto de considerações vãs,
e certezas tangentes
à verdades relativas.

a pira e suas reféns brancas
e prematuras,
emite ainda significados,
tão ígneos,
no fogo que purifica
o ideário fugaz da ilusão.


Ps: ainda vem algo melhor.....

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

eis-crivar


Eis-Crivar

O que, em mim há de correto,
delira certezas absurdas,
que o novo,
ser,
tão presente,
na poética enrrugada, e velha,
não cabe, de tão imenso, e largo,
por apresentar-se
tão vazio de convivência.

O que digo,
ou não,
preso ao exterior das palavras,
grafadas
ditas, em poesias, e falas,
ou desenhadas e transfiguradas,
de forma translúcida,
nos aparentemente,
vazios de significâncias
refletem, o objeto real,
a que se referem.

O que remeto,
de tão misterioso, e vão,
nas considerações,
habituais,
nas cismas, caladas,
e calmas,
nos dias nublados, e ensolarados,
faz se tão sublime, e quieto, que na superficie aveludada
das palavras estéreis,
dorme, serenamente.

Se o que busco,
é poética requintada,
cheia de regras, e formas,
não me encontraria,
de certo!
prefiro as marcas sujas das mãos,
nos papéis cheios de idéias,
e sutilezas...
Se o que quero, é a liberdade do
verbo,
não me encontro tão
hirta,
quanto pensava.

Mãos ao alto, então,
deixe-me ver os teus olhos,
nada mais de palavras vãs, e rezas decoradas!

PS: a todos vcs , fico devendo algo que preste...rsrsrsrsrsr
breve, uma poesia interessante, estou trabalhando nisso....
abraço.

PS2: amanda tavares, do blog beijando sapos,não dá mais pra comentar no seu blog.
vê direirinho as configurações do seu novo layout.abraço.