quinta-feira, 19 de maio de 2011

Dois ponto um, e quatro dias!


-estou cansada dos dias,
como se suportasse nas costas o peso de longos e intermináveis anos,
e como se os viesse vivendo a muito tempo...
Não aguento a juventude que se fortalece,
nem a velhice que grita de dentro de mim, reclamando sua hora.
Estou cansada do peso do mundo, que só quer meu colo,
e se prende às minhas costas! Estou calejada de tanto caminhar, sem encontrar horizontes!
Espero o fim, e um simples epitáfio, apenas.
O último momento das dores,


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Mais um Aniversário pra mim...

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Too late...


Os tropeços pareciam dádivas, ao se enxergar o mundo da ótica do caído,
já que havia a imperante certeza que logo, de pé, caminharíamos rumo ao objeto desejado.
E não desejávamos, senão, falar mais do que sabíamos,
e desiderar às coisas nomes próprios,
oriundos da necessidade de refletí-las para fora do nosso imaginário.
Não tínhamos o vocabulário que hoje possuímos, e nem utilizamos,
preferindo repetir, como papagaios, palavras pré-fabricadas sem nenhum encanto.
E não tínhamos medo, pois não sabíamos o que era futuro,
nem tínhamos ideia do que havia no passado. Antes, contentávamo-nos em adquirir urgentemente tudo o que desejávamos, empregando todo e qualquer esforço que tivéssemos para fazê-lo!
E quantas vezes, choramos com toda sinceridade,
de saudade, ou fome... Mas não sentíamos dor!
Não essa física, que nos acometia quando nos machucávamos, mas esta que conhecemos depois:
a que dilacera as almas maduras, até que sangrem.
Antes, o sono era o principal inimigo, roubando-nos a experiência da consciência alerta!
Talvez, com o tempo passando, e retirando de nós, toda a surpresa com o mundo,
e pior: o encanto e a ingenuidade, tornamo-nos os responsáveis que agora somos. Imersos no mundo de comodismo que nos é apregoado religiosamente, alienando-nos deliberadamente de nós mesmos.
E, perdemos a espontaneidade, e o desejo puro de conquistar o que nos é mistério.
Não sou mais a criança que fui, e é certo que nunca mais terei um décimo desta ingenuidade. Vejo-me afogada nas frustrações que permeiam a vida adulta, quando, inserimo-nos no mundo que nos esperava ávido de fome!
Somos tragados pelo sistema, nos entregamos aos prazeres viciantes, e passamos a viver, reconsiderando passados, e tecendo futuros com agulhas imaginárias. Perdemo-nos do presente.
E eu que sonhava em ser adulta, hoje quase esqueço-me da criança que fui!