quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Pra seguir 2010...


Vamos imitar o som dos pássaros,

Talvez consigamos voar...

E ir bem longe,

pra lá do limite de tudo aquilo que conhecemos!





Um 2010 de muitas aventuras, e surpresas para vocês!


segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Expectativas...


O tempo, é uma ilusão, que existe apenas na mente do ser humano. Nós, que resolvemos contar os dias, um a um. No espaço, o tempo não existe. O que há é matéria, e sucessões metereológicas de estações, e de dia e noite, mas nada muito fragmentado, como os segundos, as horas, ou o que seja.


Antes disso, o antes-do homem (ou macaco, de acordo com a filosofia do Nietzsche)*, era ainda um primata, sem consciência de ‘ser’. Ele vive de acordo com o que lhe é dado pela natureza, pois ele não sabe que existirá um amanhã (ainda não há consciência da sucessão de tempo.). Para ele, o momento presente, é a realidade mais importante. Depois, vê uma bela árvore sendo incendiada após ser atingida por um raio, e vê companheiros morrendo. Não conhecia o fogo, e não tinha consciência da morte, pois para isso, precisaria antes saber que estava vivo, e ele não sabia. Mas quando vê o fogo, e percebe que veio do céu, de alguma força mágica, que suas mãos não podiam tocar, e que os olhos não podiam ver, inicia-se então a Crença.


A partir daí, o homem desenvolve cultura, fala, escrita, aprende a manipular a natureza, e fazer cultos religiosos. Vem os Patriarcas, os clãs, as propriedades, as trocas, os sacerdotes... Polegar opositor, telencéfalo bem desenvolvido, humanidade manipulando todas as formas de vida. Vem a tecnologia, os pensadores, e as dúvidas que ainda assolam a humanidade.


O homem mudou o hábito alimentar, a forma de vestir, de morar. Povoou toda a terra, e hoje, não há um lugar sequer, que não tenha sido descoberto. O macaco que antes contemplava as estrelas, agora faz cálculos precisos de distâncias, e estima probabilidades de visita. Eia! Homem.
Um dia, descobrirá todo o espaço, levando suas descobertas. Talvez, haja no espaço, alguma civilização sem crenças, e estes verão chegar do céu, algo sobrenatural que seus olhos e antepassados nunca viram...



Seremos os deuses que tentamos ser aqui na Terra, e não conseguimos! E nunca chegaremos a ser o Além-do-Homem.


De fato, o tempo não existe, e nos perdemos em devanear um futuro incerto. Como nossos avós, os ‘macacos’**, deveríamos nos preocupar mais com o agora, e não nos dilacerar com o passado, ou gastar energia em planejar o futuro que nunca chega.


Vai virar 2010, e pretendo não entrar nele com muitas expectativas.Vou tentar degustá-lo aos poucos, me desapegar cada vez mais dessas tantas coisas do mundo, que só servem para aumentar o sofrimento. Quero me descobriri mais, ler mais, pensar mais, e chegar a conclusões. O legal, é que isso tudo eu posso fazer no tempo presente. 2010 pra mim, começa hoje!



*é apenas uma referência ao Nietzsche, para mostrar como suas idéias, influenciaram o meu pensamento na frase. O objetivo NÃO é explicar as idéias dele.
**Por favor, não estou dizendo que o homem veio do macaco. Ainda é referencia ao pensamento do Nietzsche.
PS: Não sei se foi interessante...Mas, ainda dá pra ler o post de baixo!rsrsrsr...Abraços cordiais, e ótimo 2010...

Corda bamba

No meu quarto, vazio de sons,
meus pensamentos ecoam, murchando minhas convicçãoes,
e agora, mais que a dúvida,
a desconfiança permeia os sentidos,
e a solidão bolorenta, acalenta de novo os pesadelos à noite.
A saudade doída, a tristeza daninha,
tudo de novo, formando um coquetel explosivo,
que me embebeda todos os dias.
Nem um minuto de sanidade,
nem um instante em que a mente perversa não maltrate o eu interior,
com suas perguntas massantes e dúvidas frequentes.
E não há calmaria,
ou qualquer coisa deste mundo que tranquilize.
Os sentimentos estão em rebuliço,
fervilhando em meio ao caos instalado.
Eu não posso fazer nada,
e se tento afastar os pensamentos, eles vem com mais fúria,
encher-me de nostalgias e culpas.
Não há nada pior, do que um psicológico turbinado desesperado.
Será que consegue se equilibrar na tênue corda,
que separa a razão da loucura?
PS: Há alguns dias, tento entrar no blog, e não consigo...Hoje ainda, posto alguma coisa interessante.

sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

Natal...

Ontem, embora quisesse, não foi possível postar nada. Não sei o que aconteceu, mas a rede não favoreceu o meu sarcasmo, e pessimismo.
Mas falemos agora, no Natal e todo o cinismo que o circunda. Todas as promessas, e atitudes que são tomadas instantaneamente, e que se desfazem ao último “HoHo” do Noel no dia 25. Depois, os restos de Peru vão para o lixo, e quem não se falava na família, vai continuar se tratando com hostilidade.
A árvore de natal, volta pra caixa, e o menino do presépio, vai passar mais um ano em hibernação, principalmente na consciência, e ressuscitando infante, mais uma vez, no próximo Natal.

No final das contas, o propósito era encher a barriga de Comida, e ganhar uns presentes tolos.

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

22 de dezembro de 2009 (retrospecto II - de 2 meses atrás)

Ela, nem sabia o que dizer,
só fechou os olhos, e murmurou para o silêncio,
que queria congelar o instante
e ficar ali, para sempre.
Ela, que tinha medo de pontos-de-ônibus,
viu o medo escorrer pelas pernas, em forma de arrepio,
não só por causa do frio,
mas pelo abraço que a protegia de qualquer perigo.
Não estava mais sozinha!
Dali em diante, suas mãos encontrariam sempre abrigo,
e não precisaria ter tanto medo.

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

E se um espermatozóide tivesse escolha?


Naquela nuvem espessa, de material endógeno secretado pelo progenitor, cada um de nós, era apenas mais um resultante da meiose gamética, que perpetuaria a adaptabilidade do que nos tinha originado. Uma bolsa de genes, com a função específica de nadar pelo longo túnel da vida, até o óvulo complacente, ansioso pela união esparsa e aleatória. Os cromossomos se pareariam, e mais um 'sapiens' seria formado. Guiados pelo tactismo químicos, e agindo pelo instinto, gastando a energia produzida imaturamente, pelas mitocondrias paternas, que não tem vez na divisão de organelas. Pergunto-me então, se escolheríamos chegar lá, no objetivo cego de fecundar um óvulo, e tornarmo-nos Homo sapiens. Bebês indefesos, crianças endiabradas, adultos sem perspectiva aparente, destruindo o mundo, que, invariavelmente, estava bem melhor antes, sem a presença do tal Homo sapiens sapiens.


Já citei o sábio bíblico antes, quando diz que mais felizes são os que não nasceram, porque não viram as obras más que se fazem debaixo do sol (e acrescento, que essa felicidade é ainda maior, porque não tiveram a oportunidade de eles mesmos cometerem essas tais obras), e resgato agora Schopenhauer, e a fatídica pergunta, será que viríamos ao mundo se tivéssemos escolha?


É difícil dizer, até porque, não há muito sentido aparente para a vida. Cada dia que passa, sentimo-nos menos confortáveis com as situações a que somos impostos, e por Deus, já não aguento mais as crises de relacionamentos com os outros, as idéias que se chocam, a falta de paciência e respeito com o próximo, ou de tolerância às idéias alheias. Cansei da história de objetivo, destino, propósito!



Pena que o cérebro só começa a se formar a partir da quarta semana (mais ou menos) de gestação, pois se um espermatozóide pensasse e avaliasse suas perspectivas de forma crítica, não viria à tona, chorar, e fazer xixi nas calças!



No fim das contas, tudo ia terminar bem, e não haveria mais aquecimento global, não haveriam cruzamentos preferenciais, o mundo poderia voltar a ser o que era, e ninguém mais sofreria desilusões... Sei que alguém vai argumentar, que há inúmeras coisas boas, que nos impelem a escolher pela vida. Talvez seja essa a ilusão do espermatozóide!

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

15 de dezembro de 2009 (em retrospecto I- das memórias e vontades)

Arrumei minha mala, de volta pra casa. E não posso mensurar a ansiedade que tenho para chegar. Me aninhar no ventre de casa, no meu quarto aconchegante, com teto virado pro céu. E devanear, esconder na escrivaninha todos os meus versos contidos na ânsia de tentar ser. Lá onde o celular tira férias, e se desprende da bateria, e onde eu tiro férias do mundo daqui de fora.
Lá, onde o mundo chega até mim, apenas como ruídos, e as verdades se mascaram sob o som do ventilador de teto incessante. Lá, onde a nostalgia impera, longe dos lápis de olho borrados, e cabelos penteados. Lá onde o amor, ressoa em modinhas de violão, reticentes e impiedosas, amortecendo as tristezas, e a solidão. Lá, onde o silencio é matéria prima de criação, e o escuro da noite, se transforma em sonho. Nem sempre bons, e aconchegantes. Ás vezes as noites são vazias, e percorrem rapidamente as horas, tornando-se dia, mais cedo.
E, logo será hora, de proteger-me na redoma inventada, e programada para conter meu sopro de liberdade. Já tenho saudade das limitações de impacto, causada pelas paredes de cimento frio.
Lá, onde minhas vontades são pecados, e minhas atitudes deploráveis. Lá, onde os pesadelos tem pena de mim, e me deixam solitária às noites. Lá, onde as lembranças são companheiras da existencia injustificada.
Saudades de casa, meu exílio particular.

sábado, 12 de dezembro de 2009

11 de dezembro (em retrospecto I - da partida)

Acordei em 2009, como quem decide partir para longe. Levantei cedo, abri as janelas, e deixei o sol entrar vagarosamente, descobrindo os cantos, e clareando o que estava na superfície exposta.
Abri as gavetas, com cheiro de mofo, e as enchi de naftalinas.
E eu parti de fato, e na minha mala, cheia de ventos e sonhos, o relógio também marcava os instantes em contagem regressiva. Quem quer que acredite que o tempo corre para a frente, adicionando horas. Isso é ilusão de relógio! O tempo corre para o fim, diminuindo os instantes seguintes, a cada volta completada sem esforços...

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Niilismo

Caminhamos para a morte, a cada instante que se passa,
a cada consentimento não pensado,
a cada dia que acordamos bem dispostos, ou mesmo não dispostos (há também os que não acordam).
E é assustador, como somos 'passageiros', como nossa vidinha mísera se resume a um instante do presente, já que o dali a pouco não conhecemos.
A morte nos espreita, nos acaricia, nos molda,
Brinca conosco, como um predador com sua comida.E ficamos doentes, e buscamos cura, melhora, tentamos mascarar a verdade com fórmulas manipuladas, e algumas mentiras encobertas.
A vida, vai nos dando motivos, enredos, corda,
e nós, ávidos por futurinhos inventados e programados, laçamos a armadilha,
e nos enveredamos pelo caminho sem volta.
E o mundo, se desgoverna,
Gira, e nos manifesta gloriosa decaída, não por si, mas por ação conjunta e alienada de um que sapiens e ignora.
E no enlace mau, na arrancada triunfal da miséria sobre a terra, percebemos a vaidade instalada, o egoísmo, o sentimento aguçado de luta pela sobrevivencia.
Cada passo, guia para o abismo.
Há os que vão mais adiante, mas o fundo é destino de todos.
E como diria o sábio, em seu escrito,
'são mais felizes os que já morreram, dos que ainda vivem, mais felizes do que ambos é o que ainda não nasceu...' (eclesiastes 4)

Conto narrador-personagem na terceira pessoa [3]



E sucedeu uma saudade nova, dele, e que ela não conseguia controlar.
E era tão forte, e tão confortável, que ela se deixou acompanhar, peito aberto, e braços desejosos.
A meu bonitinho...

sábado, 5 de dezembro de 2009

A um anônimo


Eu estava passando, e vi a multidão aglomerada: Tinha alguém caído no chão.

Um arrepio percorreu a espinha, e eu, quase que instantaneamente, caminhei para o aglomerado de pessoas. A respiração estava pesada, o coração batia rápido, e a mente implorava que não fosse ninguém conhecido.

Senti um alívio, quando vi o rosto anônimo desacordado. Um rapaz de mais ou menos 22 anos, alto, bem vestido, e bonito. Meio loiro, sem barba, com uma blusa azul céu. Na testa dele, havia um enorme curativo.

Haviam muitas pessoas conjecturando, e teve até os que disseram que ele havia sido atropelado por um ônibus.

É, agora, lamento muito. Eu não sei o que aconteceu com o rapaz, se a ambulância chegou, pois não demorei nem 10 segundos na "conferida". A questão é que senti-me aliviada ao ver que a pessoa lá estendida não era ninguém que eu amasse. Isso é cruel, um egoísmo sem tamanho. E eu até paro para pensar no que eu poderia ter feito. Nada. Apenas ter sentido pena do coitado.

Aquele tanto de pessoas lá, em volta dele, como se fossem urubus esperando para se deliciar com a morte, sairiam dali dizendo: "morreu um rapaz hoje lá no centro...".Eu, passei, olhei e ignorei.

Agora dói. Não deveria ser assim, nós não deveríamos só nos importar com parentes e amigos. Somos um todo social, em que os benefícios e malefícios são compartilhados.

O rapaz ficou lá, desacordado. Ele viveu com certeza. Não tinha sangue no chão, e definitivamente, não parecia ter sido atropelado. Mas agora ele ronda minha mente, me acusando de Omissão.

E digo-lhe: "eu não poderia ter feito nada."

E ele chama-me de Egoísta.


PS: Dizem que o cuidado parental é uma característica que propiciou a evolução da nossa espécie. Eu acredito também...Mas acabou que essa caracteristica tornou-se tão acentuada, que estamos perdendo a compaixão. Quantos aqui colocariam o cara no carro, e o levariam para o hospital, sem conhecê-lo, sem saber se ele merecia, e até, pagariam os exames? Não muitos... A gente nunca se arrisca, não é? Preferimos alugar o pensmento, e sair pela tangente...

Triste realidade à qual, sou inclusa...

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

à minha outra metade



Sabe que minha vida sem você,
não é mais a mesma. Nossa ligação é forte, nossas idéias complementares,
e nosso amor tão grande, que nos sentimos à distância, e sempre sabemos nos confortar.
Sei que as minhas melhores idéias vem de você,
assim como as melhores respostas, e também a saudade mais saudável.
Lembro-me das lágrimas que choramos juntas, dos dias que passamos grudadas, de mãos dadas, deitadas no chão da sala, vendo bobagens na TV, e reclamando da boa vida.
É que a gente quer aventura, quer sentir a adrenalina esvaziar os espaços preenchidos pela monotonia, e enfado...A gente quer a liberdade inteira, sem metades, e fronteiras.
E a gente imagina o longe, prá lá, muito mais além do que conseguimos ver da nossa zona de conforto, ou dessa redoma que nos aprisiona.
Agora, sinto sua falta. Quero poder cuidar de você de novo, dar conselhos, encorajar, e ensinar biologia.
Quero deitar de novo com você, pra ouvir a chuva, e ficar na pontinha pra você não cair da cama.
Sim minha irmã, embaixo da cama não existem monstros, e o mundo que você ainda não conhece, é amedrontador. Aqui fora, as pessoas são más, os sonhos são frustrantes, e os pesadelos são reais todas as manhãs...
Os príncipes, não passam de sapos sujos, os contos, são medidos à priori, e trocados por ilusões.
Mas não se assuste, minha pequena, ainda posso cantar uma canção de ninar para embalar seus sonhos juvenis,
ou para mascarar o susto de alguém que se depara pela primeira vez com a realidade.


PS:
Á Paula Carine, minha talentosa irmã.
Teus sonhos são lindos, e tua competência Gigantesca. Torço muito, e sinto saudades...

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

sinuca de bico

A vida por um fio,
constantemente,
e não há um passo,
desses infalsos que damos todo o tempo,
que não nos leve a uma
"sinuca de bico", ou à beira de um precipício.


(e de lá de cima, o medo escorre até a barriga. Parece que todos os icebergs do mundo resolveram degelar. Frio mesmo, medo sofrendo digestão e invadindo todas as cavidades.)