quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Desordem

Morna e Solitária, a vida segue, assim, com seus dias exaustos e cautelosos.
Nenhum perigo que ronde os minutos, é maior que a sede eminente por adrenalina, acetilcolina, serotonina, desapego...
E o que resta, é o tempo restante, resultado remodelado dos remorsos redundantes.
Mas calma, é veneno. Em doses homeopáticas, entorpecente.
Dificudade visível por vocalizações que transmitam o tato, ou as sensações bioquímicas, hormonais, anormais dos sentidos em transe.
Os cromossomos em ordem, determinando tudo, de síntese, a meiose, ou tantas outras coisas que nem passam pela mente.
Sei, que de fadadas desculpas, forjadas por dardos moles, a sentenciosa vida se enche.
Com os segundos a coser peitos arrebentados,
temperar os corações desalmados,
enfraquecer os mediastinos dos poetas,
flamejar gritos aos revolucionários,
e prover inventários aos incautos.
Lá fora,
a mesma vida besta,
sem as janelas, e pernas,
com apenas uns poros, a absorver os universos, com avidez de carnívoro.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Desventura

Aos desfavorecidos de sorte,
as probabilidades mais perversas.
Sobra somente, o espaço vazio entre os relacionamentos esparços,
e as derrotas frias dilaceradas pelos troféus dos campeões.
O consciente amedrontado pela falta de êxito.
Fracassados tem vida curta,
tem seus cromossomos despedaçados,
e a vantagem de apenas permanecer de pé, para terem uma queda mais mortal.
Não tem esperança no porvir,
e não sabem o que vieram fazer no mundo.
Apenas servir de contraste aos vitoriosos e adaptados,
os que possuem, por conta da aleatóriedade,
algo que os torne capazes de serem Mais.
São vencidos pelos fortes,
são pisados pelos mais altos,
ou os que possuem os privilégios.
Constantes escravos dos que se dizem donos do poder,
ou dos que apenas tem sorte.
Aos fadados ao fracasso, resta o consolo da solidão.
Solitários, vivem da falta que sentem,
do choro que nutre os desapegos,
e da visão emblemática, de quem sonha logros futuros.
Silêncio, companhia única,
solidão que grujeia cada segundo,
mortificando a carne, os olhos,
abrindo as feridas...

Há de se bramir o troféu dos tolos,
com toda a serenidade de um ser triste.