sábado, 28 de novembro de 2009

Darwin/ Mais um sobre saudade / Mãos



crédito meu na imagem.


Darwin seria poeta,

se não fosse tão perfeito!



---X---X---X---



-"Você ainda vai me amar amanhã?"
Sem pestanejar, um 'sim' ecoou na madrugada das descobertas.
E 'amanhã' chegou,
mostrando a veracidade do advérbio.
Mas as segundas-feiras se repetiram na progressão aritmética das semanas do ano,
até o amor fracassar na contagem.
Numa bela segunda, o amor não acordou.
É! Bela sim!
Quem disse que o amor desiste em dias feios?



---X---X---X---X---
Vai, eu adoro ancorar minhas mãos nas suas!
PS:
Algumas considerações...
Sabe aquele amor que teima em nos deixar? Aí, ele vai desgastando, até ficar a saudade. Sabe quando essa saudade é parte tão intrisseca ao nosso corpo, que falar do novo, sem citar o velho, é como se fosse pulada uma grande parte da história.
E o novo, é empolgante. Tem a capacidade de prender minhas mãos, e me deixar sem poemas.

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Dois textos loucos e sem título

Lembra que a gente escolheu o mundo,
e que não queríamos ficar limitados a uma vaguinha apertada para dois?
Queríamos ser infinitos, imensos!
Queríamos viver o devaneio, cansar os pés de tanto andar para o horizonte,
tentar descobrir onde a terra se junta ao céu.
Vimos o sol, de nossos domicílios distantes,
e nos contentamos com a globalização do contato a longa distância.
E acabou, que nossos mundos se separaram.
Acabou não, começou,
e o meu (mundo) explodiu,
se tornando uma constelação inteira.
Não preciso mais da sua estrela Shedir!
PS: Por falar em nostalgia, deu vontade de relembrar.
Mas, reminiscências não fazem bem, acabam por envenenar a alma de uma angústia louca, e meio sem razão.
Não para quem não tem mais motivos para sentir saudades.
---X---X---X---X---
Amo me irritar com seus defeitos,
com sua forma meio vagabunda de levar a vida.
De não se preocupar com nada,
muitas vezes me deixando até de lado.
E eu, com a pulga atrás da orelha,
fico imaginando, qual seria sua intenção.
Fico imaginando como seria nossa primeira briga,
mas você é desligado demais pra se irritar com minhas ironias,
e calmo demais pra ligar para meu nervosismo injustificado.
E quando eu ensaio qualquer discurso,
para te dizer de vez minha angústia, meu desvelo,
perco o fio da meada no primeiro beijo do dia,
que vem cegar meus instintos,
e me deixar esperar por outro momento para as queixas.
Amo também, ter que reclamar das tuas faltas,
e ver você rir gostoso, do jeito que eu adoro,
fechando os olhos, e dizendo que eu me preocupo demais com coisas insignificantes.
Gosto quando me liga,
e fica receoso de chamar 'meu amor', e ainda se perde no meio da conversa,
com um 'meu bem' meio rouco.
Amo como você me deixa intrigada, pela falta total de ciúmes,
como não fala das minhas roupas,
nem se importa se alguém fizer alguma gracinha. Me pego às vezes pensando
se realmente sente algo, pois nem chega a falar,
ou a demosntrar de qualquer maneira.
O fato, é que a gente se misturou,
ao acaso, e deu tão certo,
essas nossas desavenças,
que desvencilhar do abraço,
e embarcar no cansaço,
já não é escolha válida.
A gente quer mesmo, é se levar naturalmente,
sem ter que conversar abertamente,
nem delimitar regras ,que no fim das contas, só servem para serem quebradas.
PS: São dois textos DISTINTAMENTE diferentes.

domingo, 22 de novembro de 2009

Status:


Remoendo as nostalgias, até quase poder tocá-las com a mão...
Talvez, por um simples acaso, poder revivê-las, e mudá-las quem sabe...
Subordinada, portanto,
às lembranças, em cárcere privado, sem muitas escolhas de depois...








PS:
Meu status atual, depois de uma semana sumida. Não é muita novidade, falar em saudade, em nostalgia. Talvez seja até errado, para a situação atual.
Esse texto é só um resgate de algo que disse a algum tempo, mais algumas considerações, que achei pertinente acrescentar, e que parecem fazer sentido para o inconsciente.
No mais, estou de volta!


Mais uma semana, de cabeça abarrotada de coisas.
Os problemas, se fizeram unanimes em seu ofício de tirarem-me da calmaria, cada vez mais escassa.
Os sonos superficiais, as noites em claro intercaladas de pesadelos reais, ás vezes.
A dieta de poesia, a irritação,
o sentimento inqueridor, e amedrontador.
O olhar noite-escura,
sem vela, sem cobertor...
O medo do amor,
quase são e salvo de acasos...
Aqueles acasos que regem a minha sorte, e deixam o signo no avesso da verdade...
Não tenho traçados firmes, que subjetivem o sentimento.
Deixo-me ser levada então, pela realidade que tenho.

domingo, 15 de novembro de 2009

amanha...

Mas, amanhã,
terei a intensidade dos românticos extintos,
a complacência dos mortos na guerra,
a compaixão dos mártires tristonhos!
Sim, amanhã,
serei um só ser pensante,
inquieto, poético,
sem bloqueios, apenas com devaneios.
Amanhã, quando minha poética acordar bem disposta!


PS:
Mas não esperem resposta. às vezes ela desperta tarde demais...

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Presságio

É um vento que arrepia a espinha,
uma sensação irrequieta,
que não deixa dormir...
A mente, sempre atenta,
os passos que se fazem receosos...
Coruja que pia sob a noite,
anunciando qualquer mau presságio para os atentos,
Situações que levam a caminhos opostos,
empecilhos, medos...
Difícil saber o que fazer,
quando o escuro nos vigia de perto,
nos tateando com as sombras projetadas sobre os corpos,
ou com as que ganham vida, na mente assustada...
O que fazer, quando o silencio reza,
e canta o terror, o medo,
e vira palco para as assombrações imaginárias,
para os fantasmas nada camaradas,
para a violência contra a sanidade...
A sensação presa no peito,
imensa, e audível como o pio da coruja,
deixa o espírito em alerta:
Algo de ruim, pode acontecer...
E eu, que não acredito em sexto sentido, premonição, presságio,
cruzo os dedos,
e faço preces...
A adrenalina em alta, simpático ativo,
transformam a mente, numa história de terror.
Muito, muito medo!
PS:
Não acredito em preságios, mas sei que o perigo imprime em nós, esse tipo de sensação.
O perigo habita dois olhos negros, como o mistério das noites repletas de corujas piando!

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Casa...

A volta para casa, é sempre uma nostalgia,
daquelas que chegam a nos causar sono.
Cada cheiro, remota lembranças adormecidas,
nalgum lugar da mente atarefada.
Minha sensação sempre,
é que colocando os pés em casa,
todos os meus problemas vão sumir,
desaparecer,
e poderei ser, mais uma vez, a criança livre que corria pela casa.
Mas,
quando chego de fato,
e vejo-me confrontada com tudo que fui,
ou tentei ser,
entristeço-me.
Talvez, por não ser mais como era antes,
e sinto culpa,
por não ter mais vontade de mudar.
E dilacero-me em maldizeres, por ter de esconder o olhar
que agora tenho,
pintando de branco o carmim das opiniões.
Minha alma ainda é inteira,
embora minha mente não,
e enlouqueça com as dúvidas que brotam
do conhecimento que se enraiza...
Acaba, que por fim,
meus olhos avistam novamente a estrada,
e a nostalgia passa,
minha casa será novamente saudade,
e os problemas adormecerão, fatigados com a minha falta de tempo.
----X----X----X----
Ah, o cheiro de casa,
o aconchego que parece abraço,
o conforto que me falta,
em meio à correria e falta de tempo.
A vontade de ficar,
e ser embrião de novo,
no lar,
construindo sonhos,
e fazendo planos de futuro...
A vontade de não partir,
de permanecer com o tempo parado,
sentindo o vento do ventilador,
que enche o vazio das tardes com gosto de doce.
A vida era mais fácil em casa,
com todas as suas regras,
e paradigmas,
quando a preocupação era ser somente o que se era esperado,
e calar as verdades proibidas.
Dá vontade de correr pela casa de novo,
tomar bronca por ter molhado o banheiro,
ou não ter lavado os pratos,
para assistir TV.
Agora,
a casa é só saudade,
quando me vejo novamente na estrada,
e todos os desafios me esperando depois do horizonte.
----X----X----X----

PS:
Desculpem-me a demora para escrever. Estava fugindo deste momento.
Minto! Tentei ainda, digitar algumas coisas, que me pareceram sem sentido.
Eu fugia disso: de ter de confrontar-me com as coisas que me causam medo, e ainda, com a poética que parece esconder-se de mim a cada momento.
Fiz esses dois textos, mas coloco-os com receios... Digitei-os, e não analizei muito a estrutura, ou a gramática. Nada! Se fosse fazer isso, não os colocaria, e deixaria para amanhã a tarefa árdua e torturante de tentar escrever alguma coisa. Outro dia passei 3 h olhando para a tela do computador, sem coragem nenhuma de iniciar um texto (talvez seja um eufemismo, e eu estivesse mesmo era com medo de assumir o que tenho a dizer).
Sabe, amor,
tenho saudades do tempo que tinha certeza do que significavas.
Agora, tiro o luto do amor que adormeceu,
definhou até a morte,
e morreu levando minha poética mole e superficial.
Senti o medo, senti a dor da perca,
da despedida,
da partida,
das palavras que não foram ditas,
e os esclarecimentos que não passaram de pensamentos.
Agora, tenho alegria nas tardes,
e no pôr-do-sol que anelávamos,
e lembro com carinho das histórias que nos guardavam dos perigos.
Meu coração, agora,
se liberta, da lembrança,
e embarca na nova aventura que o amor lhe presenteou.
Com muitos medos, claro,
e não sem lutar contra,
sem se debater,sem se proteger,
mas foi tomado, se rendeu,
e pode ainda ter alegrias, esperança...
Agora, amor,
deixo-o com as saudades,
e com a lista das coisas que queríamos fazer,
com os planos,
com o que construímos sutilmente...
Vou VIVER meu devaneio!!!
(talvez fosse isso...)

domingo, 1 de novembro de 2009

Cedo...


Era cedo ainda,
mais do que poderia imaginar...
E disse-te que amava,
que não conseguiria viver sem você.
E foi incrível, quanto durou,
pois mesmo longe, teu coração pulsava dentro do meu,
e cada respirar, era combustível para as lembranças que não morrem.
Mas foi sucinto,
e minha imaginação de poeta,
exagerou os planos de eternidades.
Agora, é tarde,
e o amor descansou sereno, sobre o seu próprio abismo.
Meu coração ficou lá,
com sua metade manchada de cinza-concreto,
chapiscado com a camada grossa de cimento impermeabilizante que coloquei para não doer mais.
O choro cessou, com o tempo...
Agora, é tempo de seca,
dos versos que nasciam espontaneamente...
Das palavras que se encaixavam na emoção que sentia...
é tempo de adaptação,
de aprender a usar novos substratos, experimentar outras metades,
pintar as paredes,
me enovelar noutras palavras...