sábado, 24 de abril de 2010

Apanhador de Sonhos




Mandala silenciosa, de criação divina. Quem quiser que teça a própria teia da libertação.O sonhos, não se perdem nas teias do filtro,antes, conhecem o caminho do labirinto traçado, e podem chegar às mentes, sem esforços extras.
Fecha os olhos debaixo das penas, com a certeza de que só verá sonhos bons.
De olhos fechados, a realidade parece menos áspera,já que as músicas mudas que emanam da imaginação,musicalizam os instantes, e mascaram os ruídos tenebrosos dos pesadelos contínuos.
Parece mágica,
a visão obscurecida, abrindo-se para um novo mundo,
repleto de mistérios e cores.
Sonhos que invadem as retinas, e constroem esperanças,
As vontades que se mostram com cara,
quando antes, eram apenas abstração.
Intuições que predizem mais que mitificação:
avisos do inconsciente em alerta constante.
Só que ao ver-se de novo tocado pelo sol que renasce,
uma surpresa:
o pesadelo do dia, interrompido pela noite de sonho,continua donde parou!
E já não basta sonhar acordado,pedir aos céus que alivie o desespero,
ou tentar acordar da realidade.
Os sonhos ficam presos na cama.
PS: Queria escrever algo melhor, mas ultimamente, ando sem inspirações. Um abraço a todos.

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Saudades I


Há tantos que se vão das nossas vidas abruptamente como entraram.
Esses, vem trazer-nos o frescor das tardes, e pintar nosso céu nublado com as cores das luzes. Encantam-nos com sorrisos, enchem nossos olhos de riso, porque riem com o corpo inteiro. Exalam cheiro inconfundível de almíscar e madeira. Sei o perfume de cor, a voz, as manias.
Trazem tanta felicidade, que fica difícil conter tanta coisa boa dentro de nós, aí queremos compartilhar, com o mundo!
Os olhos piscando, brilhando de contentamento,
as asperezas da realidade parecendo tão polidas, que podemos ver refletida nossa imagem, feito feltro pegadiço, arrematando todas as partículas de poeira do denso ar.
Pesado, é o peito, de tanto vazio.
Mas há de se dependurar nas lembranças, feito fotografias, o que houve de bom. O que houve de concreto. E novamente abrir as asas,
deixar de lado as cores do luto da morte do sentimento, e ascender,
entregar também o corpo aos céus, abrir a boca,
e deixar que as borboletas saiam do estômago com seu gosto de nuvem.
O coração, uma só ulcera em carne-viva, ainda pulsa, com a mesma intensidade de antes. Que o poema se prolongue então, que o verso se faça sangue, volúpia, pétala de flor!
Vão-se os amores, ficam os versos...



PS: pessoal, eu não consigo não postar...
=P
Beijos.

sábado, 10 de abril de 2010

Vôo


Foi voando como borboleta, que as asas se constituíram em instrumento de fuga. A cada vôo mal feito, a certeza da derrota, cada pouso forçado, um martírio longo de fim.
Mas, fora feita borboleta de asas desastradas. Todas as cores que se projetavam das cartilagens moles pouco densas, desenhavam no horizonte o arco das cores da sua imaginação. Beleza estabanada.
Cada suspirosa poesia, era feita como vôo completo. O que ansiava, e não se parecia com o seu próprio desaventurado vôo oblíquo,
mas uma coisa que sabia fazer, era se desviar dos obstáculos.

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Sublimando.

Só digo a você, amigo, que se perde em poesias, deleitando-se das rimas como carícias de amante: não se iluda.
Tantos românticos se perderam nas sombras do próprio verso, e nunca encontraram os amores que ansiavam. Escreveram como quem reza, como quem faz ritual, e encontraram temores, medos, nostalgias.
Na vida real, daquele que não se importa com o transcendente, parece simples, dar as mãos e ver o pôr-do-sol.
E sorrir, e encher a boca com "euteamos" doces, remeter olhares, considerações.
Não passam de engodo!
Ontem eu até tentei escrever um verso, mas nas órbitas do que parecia sinceridade, uma sombra antropurpúrea pintou o olhar, como maquiagem de Messalina.
Me espelhei no que via como verdade, e certifiquei-me, mais uma vez, o ser humano é sórdido e egoísta.
Mas, agora, nenhum verso preenche a gula masoquista por tecidos sangrentos. A vontade ensandecida de comer meus próprios olhos, e despedaçar o coração num só gesto de raiva.




Ps: este não é o texto que prometi. Ainda virá. E acho que fui precipitada em dizer que acabaria com o blog. Vamos ver...

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Adeus


O que o adeus, traz de concreto, senão o aceno final?
Os olhos que se perdem no horizonte,
a distância que aumenta.
Mas o Adeus é instantâneo, já que a falta vai habitar as lembranças,
e o ser, logo adiante, torna-se algo a parte do gesto.
Digo que, só se despede de alguém uma vez: dali a diante, aquele será outro,
e nós, ainda mais diferentes do que éramos.
Mas que seja.
Sei que o que fui ontem, não me completa mais,
não me satisfaz,
e o que serei amanhã, me deixa curiosa.
O gesto, é o que perdura. O aceno, carregado de sentimentos, e a saudade que preenche cada centímetro da distância. Estes não mudam, mesmo que o ser mude.
Perduram na memória, fazem-se presentes nos sonhos.
O adeus ao que já era,
é mais intenso.
Denota a dor da ruptura, e talvez, o alívio da partida.
Somos, em nós mesmos, uma ilha isolada (contrariando o Donne). Nos vemos mudando, e despedindo-nos do que fomos.
Não fui clara aqui, por falta de jeito.
Talvez eu abrace a transicionalidade. Admito que sou mutável, e a cada dia, um novo ser acorda no meu lugar, na cama.
Mesma cara, mas por dentro, fruta nova amadurecendo.
Hoje, tenho as decisões tomadas, com impaciência e parciabilidade escancarada.
Não consigo mais vir escrever(motivos meus).
O aceno é mais concreto, que a minha definição de mutação.
Por aqui, tempos perturbadores, e blog, em breve, fora do ar!
Adeus.








PS: Talvez, eu volte, não sei...Mas prometo que ainda esta semana, publico um texto. Um beijo carinhoso a todos. Obrigada aos seguidores, aos que curtem os textos, e comentam assiduamente. Até a próxima...