domingo, 13 de fevereiro de 2011

Com Requintes de Crueldade


E sereno, o amor adentra os peitos,
sem consentimentos,
e passa a coexistir com os medos, sonhos, rancores...

Molda-se, pinta-se, torna-se parte da carne mole e doce.
Vasculariza-se, enche-se de sangue arroxeado.
Pulsa, envereda-se por poemas consagrados,
e faz de si
poesia andante, viva e eficaz.

Parece verdade requerida,
vontade suplicada,
mas não,
é engodo e desafio ingrato.

O Amor se contenta, e se enche.
Depois, se vai, como veio,
sem pressa,
e sem rumo.

Deixa cá, o vazio, a falta,
e pior:
o costume.

Mas, há quem viva sem a 5 ª cavidade preenchida,
e ainda, os que de remédios se valem para curar a dor da ferida aberta de sangue estancado.

Não importa!

Sei que as reais intenções, são mascaradas pelos sintomas febris.

3 comentários:

Paula Carine disse...

sei que é um desafio comentar textos que alem de dispensar comentarios, dispensam classificações, mas vamos lah!
falar sobre amor parece-me complicado, porque amor não é daqueles sentimentos que se vão tão rapidamente. Ele vai embora, nada é eterno, muito menos amor!, mas sua partida é lenta. mas mesmo assim, muitas vezes não percebemos. E quando olhamos e sentimos falta, percebemos que apenas a carcaça ficou, uma 5ª cavidade, como vc mesmo disse... mas um outro sempre vem ocupar esse espaço que sinto informar... a ele não pertence. mas o que importa? ele não pede licença, não pergunta se pode entrar: "E sereno, o amor adentra os peitos,
sem consentimentos,
e passa a coexistir com os medos, sonhos, rancores..."... podia ter trecho mais perfeito?
ADORO seus textos...
te amo nine

Carla, as duas disse...

O amor sentou comigo na beira da pedra, esse domingo ainda - segurou minha mão e disse, tem nada mais que valha a pena, eu gosto é do que não existe, você não existe. Nem eu.

Valéria lima disse...

Ah o amor... refaz conceitos em versos...

BeijooO*