segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Ciclorama



De profundíssimas vastidões cansadas
forma-se um eu tão antigo quanto o universo.
De átomos de longínquas datas
materializa-se um corpo tão cansado quanto o mundo.
E a consciência, nada mais que um sopro,
enche o corpo com um pesar antigo.
Uma existência lamuriosa como o contínuo murmurar de um rio perene: posto que nunca termina.
E nada mais importa, senão o acaso,
oferecendo a oportunidade de renovação, sempre e sempre.
E como uma supernova que explode, o eu decompõe-se em incontáveis particulas,
e reitera-se mais uma vez, e outras mais, para todo o sempre. Amém.

(créditos da imagem: http://jsmuralismo.blogspot.com.br/2010/12/desde-la-tipografia-mas-sencilla-la-mas.html)

Um comentário:

Unknown disse...

"E nada mais importa, senão o acaso..." Essa frase me representa muito. Que bom te ver de volta, Nine! Amo ler-te! Abraço!