De olhos fechados, a realidade parece menos áspera,já que as músicas mudas que emanam da imaginação,musicalizam os instantes, e mascaram os ruídos tenebrosos dos pesadelos contínuos.
uma surpresa:
Só digo a você, amigo, que se perde em poesias, deleitando-se das rimas como carícias de amante: não se iluda.
Tantos românticos se perderam nas sombras do próprio verso, e nunca encontraram os amores que ansiavam. Escreveram como quem reza, como quem faz ritual, e encontraram temores, medos, nostalgias.
Na vida real, daquele que não se importa com o transcendente, parece simples, dar as mãos e ver o pôr-do-sol.
E sorrir, e encher a boca com "euteamos" doces, remeter olhares, considerações.
Não passam de engodo!
Ontem eu até tentei escrever um verso, mas nas órbitas do que parecia sinceridade, uma sombra antropurpúrea pintou o olhar, como maquiagem de Messalina.
Me espelhei no que via como verdade, e certifiquei-me, mais uma vez, o ser humano é sórdido e egoísta.
Mas, agora, nenhum verso preenche a gula masoquista por tecidos sangrentos. A vontade ensandecida de comer meus próprios olhos, e despedaçar o coração num só gesto de raiva.
Ps: este não é o texto que prometi. Ainda virá. E acho que fui precipitada em dizer que acabaria com o blog. Vamos ver...