quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Cascalho


De tudo que flui, propositadamente,
mesmo que sem direção, e meio ausente,
as asperezas permeáveis,
dos sem-sentidos literais,
do desmedido, desmentido, credo instantâneo,
são os mais doloridos
esporos, amolecidos, ternamente,
e raspados do coração,
de repente...
agora, remendadas as certezas,
de retalhos esquecidos nas gavetas,
tenho um sopro qualquer,
de desventuras irremediáveis,
das surrupiosas invalidezas andantes,
qual corsel alado de seu dom-quixote frasal...
emudeço as incompatibilidades habituais,
e desfaço-me incandescente,
de implicâncias modernas....
óh, quão passageiros são os desejos de mudança,
os sonares anoitecidos, das miudezas efêmeras...
nem o canto das sereias!
de medidas vãs, amarrotadas,
se fazem os acasos ocasionados,
assim como o esboço das recordações imaginárias,
o croqui, do que arquitetava de simpática forma...
o vento, vai embora
e eu,
avatar do meu próprio tempo, e história,
amorteço as certezas duvidosas,
e me desfaço, das considerações tatuadas,
de nomes e endereços,
nas pálpebras cansadas...
e de eternos pesares,
amaciado, drasticamente,
de carinhos doloridos
o simples menino,
coração decepado,
agoniza as mazelas estendidas,
tornando-se pedra...

6 comentários:

Mamello disse...

Amei teu comentário reflexivo! =)


Mas nunca seja pedra.
Seja o mar,
ou ainda AMARé.


Beijoo!
=*

Débora A. disse...

oi nine...
olhe,
vc sb q eu torço mto por vc,
q Deus lhe abençoe nessa etapa mulher!

bjaummmmm...

Mamello disse...

rssrss

Sumo não!


Acho que sou muito crítico comigo mesmo.
Gosto mesmo é de ler o que os outros escrevem.

Acho que só escrevo ainda porque sou persistente com as palavras. rssrss!

(Ou talvez pela inspiração - ou seria uma tentativa de tirar o fardo dos pensamentos de mim?)

Mamello disse...

Houve uma época em que eu fiz poesia nua e crua com a felicidade plena, com o desejo e veemência de quem objetiva algo que tem.

Não que eu esteja desesperançoso, mas minha sensitiviade (que é bastante aguçada) me diz que talvez, não haverá outro tempo tão feliz pra mim como o que já tive outrora (espero estar enganado - quando há sentimento, a sensitividade nos deixa a ver navios).

Hoje eu desejo algo que não é mais meu.

Há um pouco de tristeza no que eu escrevo...mas procuro deixá-la quase que oculta, expressa numa pontinha de saudade.

Deus é o senhor do tempo, e as coisas acontecem no tempo de Deus.

Seria hipocrisia minha dizer que não sou feliz diante das dores do mundo. E talvez, eu seja merecedor mais uma vez, do que tive.

Adoro "conversar" contigo, parece que falamos da mesma coisa.

Beijo Nine!

Mamello disse...

É realmente você explicita muito bem a tristeza! ahahahahahaahhah!

Sou católico, praticante.
Mas sem preconceitos religiosos.
E fica tranquila, a primeira impressão que passo é que sou evangélico, todo mundo diz - acho que pela calma e seriedade (que não é tão veemente assim - sou brincalhão pra caramba).

A foto do perfil foi num casamento, não num culto. ahahahaahahahah!

Meu e-mail: melloatlet@gmail.com

Quel Moraes disse...

Nine? Acho q não...
Em vez de pedra, diamante seria a palavra certa!
AmOOo!!!