Teve aquele garoto,
que me pediu dinheiro ontem,e eu não dei...
Agora me arrependo,
penso em seu estômago vazio,
e o meu prato-cheio de desdém...
Aquele garoto do lixo,
lixo das minhas atitudes,
resíduo da minha consciência lavada,
"culpa de ninguém"...
E me engano,
e acredito nas mentiras contadas
ocasionalmente,
por pessoas barrigudas e bem vestidas,
E me emboloro de circunstâncias egoístas,
motivações ensandecidas,
Conjecturas nada idealistas,
E enjoo ao cheiro da comida,
do prato cheio de besteiras,
comida escassa que cala a boca do pobre,
e enche a gula dos ricos...
As bolachas recheadas que matam de
obesidade,
pirão de farinha que cola o estomago do favelado...
Pão e circo,
que esconde miséria,
em lonas estreladas,
céu colorido...
A criança não entende,
e acha que o barbudo,
é papai noel, pai dos pobres...
E cada um, afogado em suas histórias medíocres,
em suas mesas repletas,
em suas televisões telas planas,
E o trabalhador explorado,
morre de fome,
afogado nas mazelas
da sociedade rolante...
E estes versos, cuspidos da revolta,
do vômito sintático,
da consciência do egoismo
não enchem a barriga daquele menino,
não preenchem seu coração,
do que lhe é negado,
mas enchem-me de culpa...
Vítimas bestas do capitalismo...
Eu,
egoísta,
o garoto,
sem sonhos...
3 comentários:
nine vc me tocou com essas palavras.Muito interessante e crítico , faz qualquer um parar e refletir.
eu estou refletindo......
adorei suas ideias, esse texto ta super bem escrito, parabens ...
so uma coisa, somos vitimas msm do capitalismo ?
bjo
ta nos meus melhores.e
oi muleca!
segunda,depois da aula, filipe e eu vamos nos reunir para decidir o perfil do blog
vc esta sendo intimada para nos ajudar!!!
podemos até usar esse poema
realmente...ele é MUITO LOCO!!!!
bjux!!
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