sábado, 22 de maio de 2010

Poema para solteiros


Novo canto de apostasia triste: rima que parece encanto,
fala que lembra oração.
Noites e dias confusos imersos na solidão pós-sonho,
realidade amargurada, mãos que se perdem em bolsos,
risadas que se tornam vãs.
Cotidiano embrevecido,
sons que lembram derrotas,
decepções que se tornam provas de crimes perversos contra o ego.
Emaranhado de saudades, lembranças pálidas pintadas em papel toalha.
Momentos que remotam a momentos,
e a tantas vontades remanescentes...
Dor tamanha, sem fundo,
coração que atraca desesperado em ansiedades e desesperos.
Solidão tamanha, espera afundada em vazio.
Tanto medo, tanto medo,
tantas expectativas mortas com palavras pontiagudas.
Proteção retirada, portas destrancadas, vã guarda!
Mas, mãos leves, sem âncoras. Olhares libertos, despreparados!
Poesia requentada, retirada de bolsos, escritas em jornais, guardanapos, cantos de caderno,
a giz, a lapis, a sangue!
Mas, poesia, dessas libertinas, sem doçuras de romance.
Livre de suavidade, e cheia de pontas. Marcada como cicatriz de ferida fechada.
Coração grande, livre, cheio de um vazio espaçoso.
Convalescendo...

6 comentários:

♥Lilinha♥ disse...

Fazia tempo ke naum vinha aki...
Mto lindo isso!
^^
bjus

Fabio Rocha disse...

Retrato perfeito! bjs

Cau Metal Amorim disse...

caraca esse poema se parece muiito comigoXD
fantástico!!
bjo

Rene Serafim - "Juninho" disse...

Convale... sendo... ser.

Kaio R. Diniz disse...

Você é de outro nível.

Por que não estou aqui sempre?
Você escreve de verdade. Não é dessas pessoas que escrevem pro blog, que escrevem coisas de sempre, que escrevem o mesmo e o mesmo e o mesmo.

É cada vez mais difícil comentar nos blogs, não consigo.

Seu estilo é pontuado de uma confusão sutil,
aquela confusão típica do pensamento.
e ao ler a gente não entende, mas a compreensão se insinua.
Vem simples.
E a gente compreende rápido, em uma segunda leitura.
E concorda de dentro.
A gente concorda antes de saber que concordou.
Ou discorda, também.
Acontece.
Mas discorda sem saber porque.

É... Você é de outro nível...

Quanto ao texto em si, não é que é verdade? A gente não se satisfaz com nossa unidade. Não somos imanentes. Não somos e sentimos isso. E da vida de compromissados? Eita coisa complicada, gente.

Gostei bastante. Voltarei, com certeza, muitas outras vezes...

Michelle Corazza disse...

Um coração vazio é como mar aberto.


Lindo poema.

Beijoca
Michelle