E não há nada que subsista ao tempo, ou que se prolongue um pouco mais
que o tempo de paciência do tempo.
Tudo se esvai,
mesmo que lentamente,
até o ponto de ter deixado vazia qualquer expectativa.
Mas não reclamo, não. Que meu corpo se finde antes que eu possa entender o significado de Eternidade.
Ou, que meu pensamento se vá com a juventude,
e reste apenas a comodidade da velhice.
Minha transitoriedade é dádiva, creio,
já que nem as rútilas estrelas perpassam o tempo infinitamente.
E o amor, este é mais efêmero ainda,
presenteado com a inconstância exacerbada.
Finito, como tudo o que existe,
parece deveras eficiente na fácil tarefa de encarecer existências,
e ainda tornar sublimes os fatos ásperos da realidade esculpida.
E lá, do seu plano abstrato de idéias ilusórias, se despede como quem foge.
O corpo morre, e ele fica,
infinito em ocorrência, volúvel em permanência.