sábado, 27 de junho de 2009

O que me faz acreditar


Eu acredito no que dizem os pássaros,
E no sol,
E no brilho das estrelas...
Brilho mudo, escravo de rutilâncias,
Que não diz de outras eras,
Nem de mim, agora...
Acredito nos pássaros, em suas canções nunca ensaiadas,
Orações sussurradas ao anoitecer...
E no sol, que desperta os dias,
Do passado a pouco ocorrido,
Para as novas possibilidades de anoitecer...
Acredito, no sorriso das crianças,
E no riso bobo, tatuado na minha cara dia-após-dia...
Pois sou feita de esperanças,
E creio, veementemente,
Em palavras ditas meigamente,
Em meio a sorrisos, e juras dolosas...
Mais ainda,
Nos olhos que testificam veracidades,
E oferecem parcialmente, suas essências...
E creio,
No infinito, na escuridão das grutas,
E nas gotas.
Creio ainda, nos pés de bailarinos,
E na presença de nuvens na barriga, e debaixo dos pés dos apaixonados...
Creio nos beijos remetidos por escrito,
Creio nos bálsamos que acalentam os feridos...
Acredito nas crenças, nos domínios,
Nos carcereiros...
Nos sentimentos presos,
Nas rosas, nos rosários, nos mosteiros...
Creio nos templos, nos relógios, nas luvas...
Nos recém-nascidos!
Creio nas mágoas, no perdão, nos cemitérios...
Acredito,
Nas vozes, na voracidade, na velocidade...
Nas esquinas, nos tambores, nos estetoscópios...
Nas viagens, no espaço, nos barcos, no pôr-do-sol...
Nos poemas,
Ahhh, os poemas...
Nas verdades estáticas, figuras emblemáticas,
Perdas, diamantes, novelos...
Explicações empíricas,
Falseabilidade, dores, paradigmas, rupturas epistemológicas, etimologias...
E acredito, pela essência de tudo,
Pela existência de símbolos lingüísticos,
Pelos sentidos compreendidos, pela falta, pela complexidade, pelas ponderações...
Minha forma de acreditar,
Isenta de clivagens,
Repleta de elos...
Minha Causa de acreditar,
Inexplicável, incoerente,
Aparentemente, poética...

3 comentários:

Luíze Tavares disse...

Eu também acredito!

Mamello disse...

Eu acredito que podemos tudo quando queremos. Quando controlamos nossas atitudes domamos grande parte do nosso destino.



P.S.: Vou deixar a música até que tu possa ouvir...parece até que a tal moça do meu texto é quem está cantando (experimentou fones de ouvido?).
=]

No meu caso, a inspiração veio depois de um fato onde transpus minha ótica para a visão de outrem.
Entende o que digo? Mas acabei descobrindo tantas outras que se identificaram com o texto...quanta gente triste né?
O ser humano é bicho e estranho, ora luz, ora verme - este último, quando ama o arame que o fere.

Carolina de Castro disse...

Te vi no blog do Márcio. Acima!!
Eu acredito em pessoas!!
Eu acredito que tudo será maravilhoso um dia pra todos!
Bjoss