sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

O velho, e o novo... (sobre o amor...tema recorrente)

Em 2009 eu reencontrei o amor da minha vida. Senti aquele frio na barriga, quando viajamos na nossa roda-gigante imaginária. Fazíamos planos de futuro todas as noites.
Fui dormir muito tarde, muitas vezes, na companhia desse amor, que me enchia de esperança, e adoecia de uma saudade incauta, e profunda.
Tinha medo das noites que passavam rápido, e das horas que nunca paravam. Tinha raiva do meu céu, que escondia sua constelação,e sua estrela Shedir.
Não queríamos uma vaga apertada para dois, e sabíamos que teríamos uma vida inteira.
Mas se foi tudo, e eu só me lembro do teu pedido de desculpa, e do meu Adeus desmedido. Lembrei na hora, dos nossos olhares se encontrando na distância que aumentava, até você sumir na esquina, e minhas mãos cansarem o aceno. Mas este último fato não foi em 2009, e nesse tempo, ainda havia esperança. Depois foi definitivo.
Aí, no meu tempo de exílio, compus uns três poemas de "adeus", e bebi o absinto da tristeza consentida.Chorei um dia, depois, as lágrimas secaram, e restou um vazio no peito. O coração entregue ao perigo dos corações semi-preenchidos!
A mente, insistia em sonhar-te, e não desprender-se da tua lembrança, que ressucitava todo o tempo, entre as letras dos livros, e as melodias das canções. Ainda ouço Teatro Mágico. Foi uma contribuição tua. Só enquanto eu respirar...
Mas, o bom, é que há a conformação. E melhor ainda, há novas auroras!
Acordei um dia, e vi-me sozinha de fato. A vontade de você tinha dissipado.
Foi aí, que encontrei ele.
Eu já tinha fortalecido todos os muros, reforçado as redomas, e me trancado mais uma vez no mundo solitário da saudade, e da tristeza.
Não tinha espaço, para mais dor, para mais uma angústia. E tive medo. Sentia aquele olhar profundo me puxar, me arrastar para o fundo, e eu me agarrando em mim, em minha tristeza, para não me render.
Mas não teve jeito. Respirei a essência dele por completo, enchendo completamente os meus pulmões. Fui morrendo, para o medo que tinha, e me abrindo para a aventura que era conhecê-lo por dentro.
Quando vi, nem me lembrava daquelas tuas declarações que ficaram embaixo das mortalhas. Sentia o sorriso dele, morno como o sol da manhã, alegrar meus dias, com seus "Bom dias" perfumados, e com um novo gosto: o de presença.
Minha esperança renovada, e o coração com sua cicatriz sumindo.

Meu primeiro dia de 2010, amanheceu com saudade dele. E digo Adeus de vez a ti: Você anoiteceu com 2009.

5 comentários:

Maria Midlej disse...

Muita coisa anoiteceu em 2009...
agora só me cabe o despertar de 2010.

Boa Sorte a nós.

Priscila Rôde disse...

Que o amanhecer de 2010 tenha sido especial. Boas ondas nesse ano novo que já chegou, rapidinho!

Beijos

Unknown disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Unknown disse...

Que texto maravilhoso...
uma artista, uma saudade.

"O coração entregue ao perigo dos corações semi-preenchidos"

bjo!

Quel Moraes disse...

Uhuuuuu!
Tô querendo essa coragem, viu?!

Que bom, amiga! O vazio deixado foi novamente preenchido, não mais por silêncio, mas com o riso. Novos tons de poesia, outros sorrisos te invadindo e muita coisa pra contar.

Estava com saudade já de passar por aqui e de rir e chorar com seus textos.
Precisava ler alguma coisa que não estivesse relacionada a números, física ou química. xD
Quando crescer, serei assim
Beijãão!